sábado, 20 de dezembro de 2008

Sociedade consumista



Contemplamos uma sociedade que vive em grande contradição social, pois olhamos para um lado notamos uma classe dominante rica, proprietária de indústrias, de médias e grandes empresas e de muitos latifúndios (ou terras), privilegiados por terem acesso a uma boa educação básica e profissional com uma boa qualidade de vida, de outro lado as classes baixas, compostas por pessoas que sustentam com o seu trabalho as classes mais altas e que não tiveram as mesmas oportunidades por não terem um poder de consumo necessário para conseguirem uma vida de qualidade, porque a educação pública está para “todos”, mas não a mesma educação de qualidade que só colégios para “burgueses” podem ter.
O consumo entra para fazer separação entre quem tem capital para consumir o que a sociedade nos impõe e quem só pode assistir a esse “desenvolvimento particular” e excludente. O “consumismo é uma prática exaustivamente difundida pelos meios de comunicação para massas (população*) através da publicidade” (livro: Violência política), com essa visão podemos notar a influência da mídia, ou publicidade, na prática do consumo desnecessário, só para se exibirem aos outros que possuem poder de consumo, “ a ideologia do consumo procura popularizar, vulgarizar todas as conquistas (isto é, os bens de consumo, os produtos industrializados) na medida em que, produzindo-os em massa, dá às pessoas a impressão de possuírem as boas mercadorias e de atingirem, por intermédio delas, o reino da felicidade”(livro: violência política).
As massas (população que é “manipulada”) consomem coisas que são apenas para sustentarem sua aparência, são produtos desnecessários, ou muitas vezes necessários, mas só porque possuem uma GRIFE (ou marca) o seu valor comercial se altera, estes são chamados de bens oligárquicos, que deriva de uma ideologia neoliberal que constantemente nos massacra pela publicidade, que diz: “o que importa não é o progresso, mas o mercado; não é a qualidade do produto, mas seu alcance publicitário; não é o valor de uso de uma mercadoria, mas o fetiche que a reveste”, um exemplo disso é : se você chegar em um lugar com uma Ferrari e outra pessoa chegar com um carro simples, será que seremos encarados do mesmo modo pela maioria das pessoas? Tudo isso é fruto de uma ideologia historicamente construída a fim de circular e incentivar o Capital financeiro e a mídia, de um modo geral, propaga esse consumismo para a população, alienando-os do que realmente importa que é a felicidade e o bem estar do coletivo, porque este sistema “ traz com ele também o principio de que todo o desfrute, o prazer e a felicidade podem ser obtido por individuo separadamente, sem a necessidade de outra pessoa”(livro:Violência política).
“A felicidade não se compra”, talvez as massas estejam esquecendo deste conceito, devido ao produto de forças ideológicas, capitalistas, que fazem questão de apagarem essa verdade e de venderem a “felicidade”, que por essa lógica, só as pessoas que produzem capital podem possuir. Essa idéia de “venda da felicidade” está ligada ao incentivo das pessoas a trabalharem cada vez mais para poder, por meio deste, conseguirem dinheiro para poder assim consumir e serem “felizes”. Quantas vezes não vimos ou ouvimos através da mídia( rádio, TV, revistas e etc.) que a felicidade de uma família(idealizada) está em ir ao shopping fazerem compras e mais compras, irem ao cinema e etc?
Outro problema que está intrínseco ao consumismo pregado pelo neoliberalismo é a violência urbana generalizada. As pessoas que absorvem essas idéias divulgadas pela mídia se sentem excluídas e marginalizadas, causando assim um “ódio” contra a sociedade que a isenta desse processo de desenvolvimento.Notaremos um fato social que exemplifica a reação de grupos excluído à sociedade: as favelas que encontramos em várias cidades e capitais brasileiras, é produto de uma falta de políticas públicas capazes de fornecerem espaços de qualidade a toda a população, pois as melhores áreas para se habitar estão sobre domínio de administrações privadas, porém vou falar mais da influência do consumismo na violência do que a má distribuição socioespacial brasileira.
As pessoas que não tem acesso ao capital financeiro, por motivos de falta de preparo profissional devido á má educação que recebem nos colégios, ou ainda por não terem nem acesso a ela, procuram o mercado informal para conseguirem sua subsistência. Algumas dessas pessoas cansam de serem “massacradas pela publicidade” e procuram meios mais “rápidos”, e perigosos, de conseguirem dinheiro e conseqüentemente a “felicidade” induzida pala lógicos consumista, sendo muitas vezes o caso dessas pessoas praticarem esses crimes para sustentarem suas famílias. Imaginem você nessa situação: nove irmãos pequenos, sem preparo profissional para o mercado, sentindo-se rejeitado pela sociedade e seus aparatos públicos, sem pai e mãe desemprega, vendo uma proposta de vender drogas com “proteção” de traficantes, o que você faria sinceramente? Essa é a triste realidade de milhões de jovens brasileiros, que são iludidos pela mídia e não conseguem ver outro modo de alcançar a “felicidade” consumista.

Papel religioso nesse contexto


Nos devemos mostrar a essas pessoas que esse mundo é passageiro, que Jesus irá voltar com seu reino e glória, mas enquanto estamos aqui “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Romanos. 12:2).
Não são os bens materiais que nos dão a felicidade, mas fazer o bem ao próximo é que nos dão felicidade, através também do serviço a cristo é que deve nos trazer a felicidade e não as “máquinas”. O devemos realmente fazer é: “Não junteis tesouros na terra, onde a Traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam: mas ajunteis tesouros no céu onde nem a Traça nem a ferrugem consomem e onde ladrões não minam e roubam” (Mateus. 6:19-20).
Não de devemos dedicar tanta parte do nosso tempo procurando bens materiais e projetos de trabalho, mas nos dedicar cada vez mais a Deus e a sua obra, pois “somos testemunhas de Cristo, e não devemos permitir que interesses e projetos mundanos absorvam nosso tempo e nossa atenção”(livro: Serviço cristão), então devemos confiar em Jesus quando ele afirma “mas buscai primeiro o reino de Deus: e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”(Mateus. 6:33).


Violência política; Ciro Marcondes Filho.
Serviço cristão; WHITE, Ellen G.


Por: JUNIOR, Jorge Adriano da Silva

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